quarta-feira, 28 de março de 2012

EU NÃO ROUBO, simplesmente... PORQUE NADA FAÇO!



       CREDO!

   Paulo Morais, fugaz ex-Vice-Presidente da C. M. do Porto (sob Rui Rio), está a revelar-se um perfeito lunático e demonstra bem, neste seu texto, por que razão nunca fez nada de jeito na sua vida política, nem decerto fará, para além de regularmente debitar (e facturar), em pasquins como o «Correio da Manha», vulgares baboseiras do chamado senso-comum... sobre "Tudismo"!

        ESTE presunçoso Artigo, sintomáticamente publicado no nosso mais "consseituado jurnal", tem por aí inflamado puerilmente os ânimos mais reacionários e até monárquicos, apenas por atacar tudo quanto foi governante nas últimas décadas, desde Cavaco a Sócrates, mas no fundo não passa de um libelo patético e impotente, para além de estafado, malévolo e, sobretudo, profundamente ignorante, sobre "moralismo" nas contas públicas.

      Vejamos: o que este escriba propõe é, nem mais nem menos, do que expropriar a Ponte Vasco da Gama, indemnizando "os privados" daquilo que lá investiram!!

       Reparem bem na estultícia: não basta não fazer, decerto, a mínima ideia do que seja efetivamente o valor ATUALIZADO daquilo que "os privados lá investiram" - e muito menos de como é que isso seria hoje CALCULADO (integrando, muito naturalmente, as legítimas mas não concretizadas expectativas, a longo prazo, de retorno do investimento...) -, como, mais grave ainda, está completamente "a Leste" de saber antecipar aquilo que, dentro de pouco tempo, se iria certamente somar a esta perda, em termos de PREJUÍZO EFETIVO PARA O INTERESSE PÚBLICO, com o abandonar agora da Ponte V. da Gama (PVG) à impotência magna que caracteriza um emplastro institucional como a entidade «Estradas de Portugal» (situação já com fundas raízes nos tempos de Cavaco, Ferreira do Amaral e Rangel de Lima, sem dúvida, mas nunca devidamente atalhada desde então, nem com João Cravinho...), o que fatalmente se traduziria na transformação da PVG, em poucos anos, numa AUTÊNTICA RUÍNA, a avaliar pelo estado calamitoso em que se encontra parte significativa da rede viária nacional não concessionada (v. g. casos recentes, como o do Viaduto da Aguieira no I. P. 3, etc., etc., já para não irmos "bater mais no céguinho" com a tragédia de Entre-os-Rios, que pode, como todos sabem, repetir-se a qualquer momento, cada vez com maior probabilidade...)!

      Resumindo, a troco de deixar de ter de pagar a tal "renda" à «Lusoponte», o Estado portuguesito perderia, logo à cabeça, o valor da indemnização, certamente COLOSSAL, e "ganharia" em poucos anos um caco rodoviário, com o pomposo nome de Ponte Vasco da Gama!


     Pois, mas que importa isso ao pedantismo e ao novo-riquismo mental? O "moralismo" triunfaria impante e Portugal poderia assim continuar a arrepiar caminho e a aproximar-se, "progressivamente", do  vetusto modelo salazarento que inspira esta garotada: um Estado com alguns trocos nas algibeiras, sim, mas sem nada de jeito nem qualidade ao serviço do Povo: nem Saúde, nem Educação, nem Emprego, nem Habitação, nem Segurança Social, nem sequer Infra-estruturas Viárias! Isto já para não falar do mais difícil, que nem com o 25 de Abril se logrou ainda atingir: Justiça a sério e um Desenvolvimento Económico real e sustentado...


       E assim se consumaria, também com a Ponte Vasco da Gama, mais uma tragédia como as edificantes novelas recentes do TGV, que vai à vida (irá mesmo?) e ainda temos de pagar milhões em cima disso, do Aeroporto da Ota, que ficámos a ver, de Alcochete, por um canudo (e a ter de pagar mais uma impraticável ampliação da saturada Portela...), e também agora, pelos vistos, a da ampliação do Terminal de Contentores da «Liscont», que lá vai à fava inglóriamente (para descanso dos fingidos eco-moralistas), atirando borda fora, sem pestanejar, cerca de 230 milhões de euros em investimento na zona portuária ocidental de Lisboa, incluindo a inadiável construção do Nó Ferroviário de Alcântara!!! É "obra", tanta incompetência, incúria e falta de visão nunca vistas neste País...

         Parece-me bem que virá um dia em que a memória de D. Dinis, do Marquês de Pombal, de Fontes Pereira de Melo e do Eng.º Duarte Pacheco voltará a ser bem mais apreciada e enaltecida, sobretudo por parte da próxima geração, totalmente espoliada do seu FUTURO, e estas elocubrações moralistas da treta, agora tão estérilmente em voga, serão violentamente despachadas para o único lugar que merecem: a enfadonha companhia do "Velho do Restelo", na esterqueira da nossa História!


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