terça-feira, 21 de julho de 2015

Antero de Quental já dizia:


«(...) em Portugal não pode haver Revolução que mereça esse nome (…) Revolução pressupõe propósitos, firmeza e força moral. O que aqui não há. Portugal é um país eunuco, que só vive de uma forma inferior para a vileza dos interesses materiais e para a intriga reles e cobarde».



              Tão, mas TÃO atual...

terça-feira, 7 de abril de 2015

ANTÓNIO COSTA E O FUTURO DE PORTUGAL

 
 
Lamento ter de dizer que, por mais qualidades políticas e pessoais que possa ter, António Costa não parece ser o líder oposicionista necessário para o momento muito especial que o País atravessa.

E não vejo nada esta magna questão com o calculismo e a "cientificidade" do analista Pedro Adão e Silva. O problema do PS não é só "jogar" mais à Esquerda, ou mais à Direita, nem ser mais realista, ou mais demagógico. Menos ainda ser mais competente e tecnocrático, ou mais ideológico e inflamado. Nada disso.

O grande, o essencial problema do PS é demonstrar que continua a ser possível acreditar na Democracia e no Desenvolvimento igualitário em Portugal com base no atual sistema de poderes fácticos!

Enquanto não se demarcar inequivocamente das inúmeras preversões que comandam o beco sem saída em que Portugal se encontra, o PS não conseguirá ser visto como uma alternativa de esperança pelos portugueses.

Os resistentes anti-fascistas, por exemplo, não tinham propriamente (só) um Programa para Portugal, mas tinham um objetivo comum bem definido: lutavam contra um regime político iníquo!

O PS, em 74-76, podia não ter ainda um Programa de Governo muito consolidado, mas fez História lutando contra as estruturas sociais e políticas do nosso Passado totalitário sem contudo aceitar aventuras radicais, que nos levariam por certo a outro tipo de totalitarismo.

O PS de hoje tem uma retórica oposicionista, sim, mas ela visa essencialmente as consequências da ação do atual "guverno", não sendo claro no ataque às causas do terramoto que assolou Portugal desde 2011. Ou seja, teimando em NÃO DEFENDER A SUA HERANÇA DO GOVERNO ANTERIOR e isso não lhe permite ter uma base sólida para erguer um Programa credível e um discurso político compatível!

Não basta dizer que o PSD e o CDS fizeram mal em ir além da "tróica". Não basta dizer que com o PS não se cometeriam os MESMOS erros. António Costa tem de ter a AMBIÇÃO de estruturar uma PLATAFORMA MÍNIMA DE UNIÃO na Sociedade portuguesa, com valores e objetivos que transcendam os do PS (sem os contradizerem) e que contorne os aparelhos partidários à Esquerda e à Direita, indo ao encontro direto do Eleitorado que se reveja na Democracia, na defesa do Estado Social e, ACIMA DE TUDO, na importância da credibilidade, eficácia, transparência e IMPARCIALIDADE da Justiça como garante principal não já apenas do funcionamento da Economia, mas da própria sustentação do Estado de Direito e da Democracia!

Só depois deverá então preocupar-se com o Programa de Governo (e a qualidade dos governantes), porque ele decorrerá NATURALMENTE desse CONTRATO político primordial a firmar com o Eleitorado!

Uma casa não começa a construír-se pelo telhado. E um País não é só Economia, caramba! Não basta centrar os argumentos nos factos (indesmentíveis, decerto) de a dívida pública ter aumentado, o PIB ter regredido para níveis de há 10 anos, o Desemprego ter escalado para números de há 20, o Investimento estar já ao nível de há 30 e a Emigração ao de há 40.

Mais grave do que tudo isso junto é a possibilidade concreta de estarmos de novo em Portugal, politica e socialmente, ao nível do... spinolismo (apenas sem as Colónias...)! Sem Spínola, mas igualmente sem Melo ANtunes, sem Salgado Zenha e, na prática, sem um vulto prestigiado e conciliador com a estatura de um Mário Soares...

E a isto António Costa continua (preocupantemente) a dizer NADA. Mas é sobre isto que o Povo decente quer e precisa de ouvir falar, em primeiro lugar e URGENTEMENTE.

segunda-feira, 11 de março de 2013

Carlos ACP Barbosa: um arre-macho aos coices!

 
 
        Diz este careca quadrúpede que sim, mais que também, que a Alameda da Universidade é para acelerar e tal, insultando o Vereador Manuel Salgado e pugnando por um "plano de mobilidade" para Lisboa - coisa da qual ele deverá fazer assim uma "ideia" muito aproximada, o analfabruto.
 
 
         A caravana à qual este canzarrão está mais uma vez a ladrar, porém, é apenas uma medida do mais puro bom-senso e que, aliás, já deveria ter sido concretizada há muito (em vez daquela patetice do corredor "BUS" intermitente, que NUNCA SERVIU PARA NADA): tornar a Alameda da Universidade, em Lisboa, um corredor de circulação mais seguro, sem "aceleras", nem "apressados", compatível com a sua função de acesso local a um equipamento de Ensino Superior e a um Hospital central e, naturalmente, com prioridade de circulação aos Transportes Colectivos e aos veículos de emergência.
 
 
         Será certamente mais uma "guerra" perdida para este fala-barato, tal como a da Praça do Comércio e outras, mas que continuará a não lhe servir de lição. Até porque, como sabemos, BURRO VELHO NÃO APRENDE LINGUAGEM (nem nada de nada, aliás, como qualquer burro novo...)!
 
 
 
           AVANTE, LISBOA! Brutamontes com este haverá sempre por aí aos pontapés...

quarta-feira, 16 de maio de 2012

A adopção da ideologia marxista

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        decorre, geralmente, de duas fortes paixões da alma, porém moralmente antagónicas: a paixão da Justiça (positiva) e a paixão da Inveja (negativa).


               Nas Revoluções populares de inspiração marxista, o impulso primacial que impele à acção é aquele que (provém de e) é furiosamente alimentado pela paixão da Justiça.


                 Já quando a ideologia marxista fundamenta a criação de regimes políticos e de Estados, ou mesmo quando apenas inspira a acção de Governos, a base subjectiva prevalecente, em termos emocionais, é quase sempre a que se funda na paixão da Inveja.


                     Nesta ambivalência reside talvez a causa, por um lado, do triunfo histórico de tantas Revoluções de inspiração marxista - russa, chinesa, cubana, vietnamita... - e, por outro, do insucesso de práticamente todos os regimes políticos com esta mesma inspiração, desde o Leste europeu até ao 3º Mundo...

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quarta-feira, 28 de março de 2012

EU NÃO ROUBO, simplesmente... PORQUE NADA FAÇO!



       CREDO!

   Paulo Morais, fugaz ex-Vice-Presidente da C. M. do Porto (sob Rui Rio), está a revelar-se um perfeito lunático e demonstra bem, neste seu texto, por que razão nunca fez nada de jeito na sua vida política, nem decerto fará, para além de regularmente debitar (e facturar), em pasquins como o «Correio da Manha», vulgares baboseiras do chamado senso-comum... sobre "Tudismo"!

        ESTE presunçoso Artigo, sintomáticamente publicado no nosso mais "consseituado jurnal", tem por aí inflamado puerilmente os ânimos mais reacionários e até monárquicos, apenas por atacar tudo quanto foi governante nas últimas décadas, desde Cavaco a Sócrates, mas no fundo não passa de um libelo patético e impotente, para além de estafado, malévolo e, sobretudo, profundamente ignorante, sobre "moralismo" nas contas públicas.

      Vejamos: o que este escriba propõe é, nem mais nem menos, do que expropriar a Ponte Vasco da Gama, indemnizando "os privados" daquilo que lá investiram!!

       Reparem bem na estultícia: não basta não fazer, decerto, a mínima ideia do que seja efetivamente o valor ATUALIZADO daquilo que "os privados lá investiram" - e muito menos de como é que isso seria hoje CALCULADO (integrando, muito naturalmente, as legítimas mas não concretizadas expectativas, a longo prazo, de retorno do investimento...) -, como, mais grave ainda, está completamente "a Leste" de saber antecipar aquilo que, dentro de pouco tempo, se iria certamente somar a esta perda, em termos de PREJUÍZO EFETIVO PARA O INTERESSE PÚBLICO, com o abandonar agora da Ponte V. da Gama (PVG) à impotência magna que caracteriza um emplastro institucional como a entidade «Estradas de Portugal» (situação já com fundas raízes nos tempos de Cavaco, Ferreira do Amaral e Rangel de Lima, sem dúvida, mas nunca devidamente atalhada desde então, nem com João Cravinho...), o que fatalmente se traduziria na transformação da PVG, em poucos anos, numa AUTÊNTICA RUÍNA, a avaliar pelo estado calamitoso em que se encontra parte significativa da rede viária nacional não concessionada (v. g. casos recentes, como o do Viaduto da Aguieira no I. P. 3, etc., etc., já para não irmos "bater mais no céguinho" com a tragédia de Entre-os-Rios, que pode, como todos sabem, repetir-se a qualquer momento, cada vez com maior probabilidade...)!

      Resumindo, a troco de deixar de ter de pagar a tal "renda" à «Lusoponte», o Estado portuguesito perderia, logo à cabeça, o valor da indemnização, certamente COLOSSAL, e "ganharia" em poucos anos um caco rodoviário, com o pomposo nome de Ponte Vasco da Gama!


     Pois, mas que importa isso ao pedantismo e ao novo-riquismo mental? O "moralismo" triunfaria impante e Portugal poderia assim continuar a arrepiar caminho e a aproximar-se, "progressivamente", do  vetusto modelo salazarento que inspira esta garotada: um Estado com alguns trocos nas algibeiras, sim, mas sem nada de jeito nem qualidade ao serviço do Povo: nem Saúde, nem Educação, nem Emprego, nem Habitação, nem Segurança Social, nem sequer Infra-estruturas Viárias! Isto já para não falar do mais difícil, que nem com o 25 de Abril se logrou ainda atingir: Justiça a sério e um Desenvolvimento Económico real e sustentado...


       E assim se consumaria, também com a Ponte Vasco da Gama, mais uma tragédia como as edificantes novelas recentes do TGV, que vai à vida (irá mesmo?) e ainda temos de pagar milhões em cima disso, do Aeroporto da Ota, que ficámos a ver, de Alcochete, por um canudo (e a ter de pagar mais uma impraticável ampliação da saturada Portela...), e também agora, pelos vistos, a da ampliação do Terminal de Contentores da «Liscont», que lá vai à fava inglóriamente (para descanso dos fingidos eco-moralistas), atirando borda fora, sem pestanejar, cerca de 230 milhões de euros em investimento na zona portuária ocidental de Lisboa, incluindo a inadiável construção do Nó Ferroviário de Alcântara!!! É "obra", tanta incompetência, incúria e falta de visão nunca vistas neste País...

         Parece-me bem que virá um dia em que a memória de D. Dinis, do Marquês de Pombal, de Fontes Pereira de Melo e do Eng.º Duarte Pacheco voltará a ser bem mais apreciada e enaltecida, sobretudo por parte da próxima geração, totalmente espoliada do seu FUTURO, e estas elocubrações moralistas da treta, agora tão estérilmente em voga, serão violentamente despachadas para o único lugar que merecem: a enfadonha companhia do "Velho do Restelo", na esterqueira da nossa História!


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